Esse filme é uma continuação de Albergue Espanhol; uma das poucas continuações cinematográficas, a meu ver, que deu certo! O filme traz à tona reflexões existenciais que acometem todos nós: o que vamos fazer depois de concluir os estudos? Será que fiz a opção certa? Será que vou envelhecer sozinho(a)? Por que a vida é assim? Etc.
E essa série de pontos de interrogações que apitam em nossas cabecinhas com alguma frequência (diária?), foi bem explorada no filme de uma forma muito divertida e bem humorada.
Eles, os “Alberguenianos”, estão mais velhos, com seus estudos concluídos. Casamento? Emprego? Mudança de cidade? Mudanças de gostos…
O foco é Xavier (Romain Duris) que larga seu antigo emprego para se assumir de vez como escritor; agora ele se aproxima dos 30 anos…
Ex amores, atuais amores dividem a história desse personagem numa espécie de antes e depois que é agora o tempo todo. O que resulta disso: diversão e risadas.
Posso garantir que dei umas boas gargalhadas com esse filme. Ri com ele e não dele. Rir dele perderia a graça, nem continuaria vendo-o pois o julgaria pastelão demais. Ri COM ele, com o filme, com os personagens, com as dúvidas, com o inusitado que se apresentou…
Deixo pra ser saboreado uma das falas mais fortes, em minha opinião, do livro “Mito de Sísifo” escrito por Camus, filósofo:
(…) Vivemos no futuro: amanhã, mais tarde, com o tempo vai entender. (…) Chega o dia em que o homem constata ou diz que tem trinta anos. Afirma assim sua juventude. Mas, no mesmo movimento, situa-se em relação ao tempo. Ocupa nele o seu lugar. Reconhece que está num certo momento de uma curva que, admite, precisa percorrer. (…) O amanhã, ele ansiava o amanhã, quando tudo em si deveria rejeitá-lo (…).
Em nome do “hoje”(?????).
Tem um momento em que Xavier se lembra que tem 30 anos…
Por: Deusa Circe.
Bonecas Russas – Les Poupées Russes
Direção: Cédric Klapisch
Gênero: Comédia
França – Inglaterra – 2005