A premissa é instigante. Restaria alguma vida, ainda que alterada pela radioatividade, na cidade fantasma de Pripyat na Ucrânia, local onde moravam os trabalhadores da usina de Chernobyl que devastou a região no maior acidente nuclear da história há mais de duas décadas?
O turismo sacia até hoje a curiosidade mórbida daqueles que querem ver o local desta e de outras tragédias espalhadas pelo globo. Partindo deste fato, o diretor Bradley Parker criou um filme realmente assustador protagonizado por seis jovens ávidos por um passeio mais radical pela Europa. Assim, três casais decidem mudar um roteiro tradicional rumo à Rússia e contratam os serviços de um guia experiente para conhecer Chernobyl. No entanto, imprevistos e estranhos acidentes anunciam nova catástrofe no lugar que deveria estar deserto.
Parker retoma ao estilo de terror sangrento típico dos anos 80 quando mortes terríveis eram relacionadas à libido das vítimas. Há muito suspense, sustos e imagens sugeridas dentro de um clima claustrofóbico valorizado por uma paisagem naturalmente lúgubre e inóspita, elementos suficientes para um bom filme do gênero.
A obra acerta quando insinua sem explicitar dando um toque fantasmagórico ao enredo, mas erra feio nos créditos finais onde faz concessão ao mercado adolescente que insiste que filmes deste tipo devem ser concluídos com um rock barulhento que destrói subitamente a atmosfera tensa e soturna bem desenvolvida ao longo de cerca de noventa minutos de gelar a alma.
Chernobyl — Sinta a radiação (Chernobyl Diaries. 2012). EUA
• Direção: Bradley Parker
• Roteiro: Oren Peli (história e roteiro), Carey Van Dyke e Shane Van Dyke (roteiro)
• Elenco: Ingrid Bolsø Berdal (Zoe), Olivia Dudley (Natalie), Dimitri Diatchenko (Uri), Devin Kelley (Amanda), Jesse McCartney (Chris), Nathan Phillips (Michael), Jonathan Sadowski (Paul).
• Gênero: Terror
• Duração: 86 minutos
O filme é fraquinho. A premissa realmente abria possibilidades para muito mais, mas não souberam aproveitar tão bem.
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